A Formação das Monarquias Nacionais e o Absolutismo
- O processo de formação das monarquias centralizadas no final da Idade Média ocorreu em grande parte pela aproximação entre monarcas e burguesia, na busca da superação dos entraves políticos e econômicos derivados de antigas estruturas feudais.
- A forma política adotada por esse Estado foi a da Monarquia Absolutista, assim chamada porque o rei detinha nela poderes absolutos, o monopólio da força, da justiça e da tributação. Era a fonte da soberania, isto é, do poder de fazer e revogar as leis. Acima do rei não havia nada, a não ser Deus, de quem derivava, segundo pensadores, a legitimidade de seu poder.
- A burguesia financiou o Renascimento, ajudando a transformar a mentalidade feudal e incutir valores burgueses.
- As características gerais dos Estados Nacionais Modernos podem ser assim resumidas:
- Centralização e unificação administrativa, com a eliminação da autonomia dos poderes locais.
- Formação de uma burocracia, isto é, um grupo de pessoas especializadas nos negócios administrativos.
- Formação de um exército.
- Arrecadação de impostos “reais”, necessários para custear as despesas.
- Unificação do sistema de pesos e medidas.
- Imposição da justiça real, que se sobrepõe à justiça senhorial.
Os teóricos do Absolutismo
- Nicolau Maquiavel (Itália): Obras – Discursos sobre a década de Tito Lívio e O Príncipe. Procurou mostrar como o soberano deve agir e que recursos deveriam empregar para conquistar e manter o poder.
- Jean Bodin (França): Obra – A República. A soberania real não pode sofrer restrições nem submeter-se a ameaças, pois ela emana das leis de Deus.
- Jacques Bossuet (França): Obra – A Política Inspirada nas Sagradas Escrituras. Estabeleceu a teoria do Direito Divino dos Reis. Afirmava que o “trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus”.
- Thomas Hobbes (Inglaterra): Obra – Leviatã. Para por fim a essa situação de violência e anarquia, os homens firmavam um pacto (o “contrato social”) renunciando à liberdade em troca da segurança oferecida pelo Estado, cuja soberania sobre os súditos tornou-se absoluta. Sua autoridade despótica tinha origem não em uma escolha divina mas nos poderes absolutos que o povo lhe havia conferido.
- O Absolutismo Inglês – o processo de centralização política iniciou após a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas, que arruinaram a nobreza e permitiram a ascensão da Dinastia Tudor:
- Henrique VII – pacificou o país e consolidou o Estado Nacional;
- Henrique VIII – realizou a Reforma (Anglicanismo) com o Ato de Supremacia;
- Elizabeth I – consolidou o Anglicanismo (39 teses), iniciou a efetiva colonização da América do Norte, apoiou a atividade dos corsários e venceu a "invencível armada".
- O Absolutismo Francês – o absolutismo de direito divino foi consolidado desde a Dinastia dos Valois, mas ficou caracterizado pelos conflitos religiosos entre católicos e huguenotes (protestantes), cujo auge foi o evento da Noite de São Bartolomeu. O ápice do absolutismo francês aconteceu após a Guerra dos Três Henrique e a ascensão da Dinastia dos Bourbons:
- Henrique IV – converteu-se ao catolicismo, “Paris bem vale uma missa”, e assinou o Édito de Nantes, concedendo liberdade de culto aos protestantes;
- Luís XIII – destacada atuação do seu primeiro-ministro, o cardeal Richelieu, que enfraqueceu a nobreza, expandiu o território e fortaleceu o absolutismo;
- Luís XIV – o “Rei Sol”, “o Estado sou eu”, (símbolo maior do absolutismo) fortaleceu o exército, vencendo sucessivas guerras, e promoveu a ascensão da burguesia, consolidando a França como potência política, econômica e militar.
Mercantilismo
- O mercantilismo foi uma série de práticas econômicas nacionalistas empregadas por países do ocidente europeu, particularmente Portugal, Espanha, Inglaterra, Holanda e França, para aumentar a riqueza do Estado e que promoveu um acúmulo primitivo de capital.
- As principais medidas adotadas foram: o protecionismo alfandegário, que consiste na ideia de estimular a compra de produtos nacionais por meio do sobretaxamento dos importados; o intervencionismo estatal, quando o governo impõe regras severas para evitar a saída de moedas do país; e o monopólio comercial, no qual o Estado diretamente ou por meio de companhias privilegiadas procurava manter a exclusividade de exploração comercial de determinado produto. As variações na aplicação desses princípios resultaram em diferentes tipos de mercantilismo.
Expansão Marítima Europeia
- A expansão marítima europeia, liderada por Portugal e Espanha, ocorreu pela necessidade de expandir o comércio e de obter grandes quantidades de metais preciosos, para cunhagem de moedas.
- Pode-se relacionar também os avanços técnicos e científicos, a busca de novas rotas comerciais para o Oriente, por causa do monopólio italiano no Mediterrâneo, o espírito de aventura e o estímulo missionário de difusão da cristandade. Entretanto, a ascensão da burguesia, a centralização política nas mãos do rei, consequência da união entre o rei e a burguesia, permitiu reunir todo o aparato material necessário ao empreendimento.
- As principais expedições foram: 1488 – Bartolomeu Dias, dobrou o Cabo da Boa Esperança; 1492 – Cristóvão Colombo, descobriu a América, pensando ter chegado às Índias; 1498 – Vasco da Gama, chegou às Índias; 1500 – Pedro Cabral, descobriu o Brasil; e 1519-1522 – Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano, realizaram a primeira viagem de circunavegação.
- No intuito de garantir a posse das terras encontradas por seus navegadores, Portugal e Espanha recorreram ao papa, que estabeleceu a Bula Incoetera, o que não foi aceito por Portugal, e então foi feito o Tratado de Tordesilhas (1494), no qual uma linha imaginária traçada 370 léguas a oeste de Cabo Verde dividiu o novo mundo entre os países ibéricos.
- O sistema colonial implantado na América recem descoberta imponha restrições para as colônias. Estas tinham que oferecer a metrópole melhores condições de comércio, estariam sujeitas ao pacto colonial e ao monopólio das metrópoles, e somente poderiam produzir o que a metrópole necessitasse.
- Luís Vaz de Camões, autor do famoso poema Os Lusíadas (1572), imortalizou a expansão marítima lusitana.
- As consequências do processo de expansão foram a formação do sistema colonial, o escravismo, a expansão do capitalismo mercantil e o eurocentrismo, a Europa se tornou referência para o mundo ocidental.
ME AJUDOU MUITOOOOOO, OBRIGADA!!! CONTINUE SEMPRE
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