1ª VI - Independência das Colônias Espanholas e Da Chegada da Família Real ao Reconhecimento de Nossa Independência.
2ª VI - Primeiro Reinado e Período Regencial.
sábado, 26 de abril de 2014
Primeiro Reinado e Período Regencial
Primeiro
Reinado – Governo de D. Pedro I
A Assembléia
Nacional Constituinte de 3 de maio de 1823.
▪
Formação da Assembléia Constituinte
▪ Tendências políticas ▪ Partidas Brasileiro -
liberais radicais, liberais moderados. ▪
Partido Português - opunha-se a Independência
▪ Assembléia reduz prerrogativas do
Imperador.
▪ Imperador sofre influência do Partido Português, briga com José Bonifácio e fecha o Apostolado.
O projeto Constitucional: a
“Constituição da Mandioca”
▪ exclusão dos que viviam de salários,
▪ condicionou a capacidade eleitoral à
renda em alqueires de farinha
▪sentimento antilusitano (lusofobia),
anticolonial (xenofobismo) e antiabsolutista (controle do parlamento).
▪ princípio de soberania nacional,
liberalismo econômico,
▪ eleição baseada da renda em produção de
alqueires de farinha de mandioca e dividida em dois graus: eleitores de
paróquia 150 alqueires e eleitores de província 250 alqueires. Deputados 500 e
senadores 1000 alqueires.
A dissolução
da Assembleia Constituinte: contrária aos interesses do imperador, aproximação de D. Pedro
com o partido português, discursos inflamados nos jornais, Noite da Agonia
(sessão permanente em 11/11/1823) que teve como consequência imediata a
dissolução da Assembleia e o exílio dos Andradas.
A
Constituição de 1824
▪
Principais características:
·
Monarquia centralizada e hereditária,
·
4 poderes: executivo (Conselho de Estado e Imperador), legislativo
(senado vitalício, câmara com mandato de 3 anos), judiciário (supremo tribunal
escolhido pelo imperador) e o poder moderador exclusivo do Imperador,
garantindo assim a centralização do poder ao qual ficavam subordinados todos os
outros poderes.
·
Estado unitário.
·
Outorgada.
·
Voto censitário e indireto em dois níveis (eleitores primários
elegiam os conselhos provinciais e estes elegiam os deputados e senadores).
·
Religião oficial católica atrelada e subordinada ao Estado pelo
Padroado e Beneplácito.
·
Centralização política.
·
Aristocracia neutralizada.
·
Radicais excluídos.
· A
Confederação do Equador – 1824
Foi um movimento político e
revolucionário ocorrido na região Nordeste do Brasil em 1824. O movimento teve
caráter emancipacionista e republicano. Ganhou este nome, pois o centro do
movimento ficava próximo a Linha do Equador. A revolta teve seu início na
província de Pernambuco, porém, espalhou-se rapidamente por outras
províncias da região (Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba).
Em Pernambuco, centro da
revolta, o movimento teve participação das camadas urbanas, elites regionais e
intelectuais. A grande participação popular foi um dos principais diferenciais
deste movimento.
Causas
principais
▪ Forte
descontentamento com centralização política imposta por D. Pedro I, presente na
Constituição de 1824;
▪
Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo
após a independência;
▪ A elite de
Pernambuco havia escolhido um governador para a província: Manuel Carvalho Pais
de Andrade. Porém, em 1824, D. Pedro I indicou um governador de sua confiança
para a província: Francisco Paes Barreto. Este conflito político foi o estopim
da revolta.
Objetivos:
×
Convocação de uma nova Assembleia Constituinte para
elaboração de uma nova Constituição de caráter liberal;
×
Diminuir a influência do governo federal nos
assuntos políticos regionais;
×
Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil;
×
Organizar forças de resistências populares contra a
repressão do governo central imperial;
×
Formação de um governo independente na região, tradição republicana e
revolucionária.
▪ Líderes: Manoel de carvalho Paes de
Andrade, Cipriano Barata, Frei Caneca, José barros Falcão, José Natividade.
▪ Rebelião: influenciado
pelos jornais: Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco – Cipriano
Barata e Tífis Pernambucano – Frei Caneca.
▪ Projeto político da Confederação do
Equador: implantar um sistema representativo e republicano desvinculado do
império, receber a adesão de outras províncias, adotou provisoriamente a
Constituição colombiana, extinção do tráfico negreiro, união das províncias
participantes e a proclamação de uma República Federativa (autonomia).
▪ Reação
do governo e fim do movimento - Sob o comando do almirante britânico Thomas Cochrane, as
forças militares do império atuaram com rapidez e força para colocar fim ao
movimento emancipacionista. Um dos principais líderes, Frei Caneca, foi
condenado ao fuzilamento. Padre Mororó, outra importante liderança, foi
executado a tiros. Outros foram condenados à prisão como foi o caso do
jornalista Cipriano Barata. Muitos revoltosos fugiram para o sertão e tentaram
manter o movimento vivo, porém o movimento perdeu força no mesmo ano que
começou.
A abdicação
de D. Pedro I – 7 de abril de 1831.
Causas da Abdicação:
▪ Dissolução da Assembleia Constituinte de
1823.
▪ Outorga da Constituição de 1824.
▪ Crise econômico-financeira.
▪ Guerra da Cisplatina - disputa entre Brasil
e Argentina pela posse da Província, que se tornou independente se transformou
no Uruguai.
▪ Morte de D. João VI e a sucessão do trono português em 1826 - D.
Pedro abdicou do trono português em favor de sua filha D. Maria da Glória, mas
ficou envolvido com os problemas portugueses, o que desagradou aos brasileiros.
▪ Viagem a Minas Gerais
▪ Morte de Frei Caneca.
▪ Assassinato do jornalista Líbero Badaró.
▪ Noite das Garrafadas - incidente no Rio de
Janeiro entre brasileiros e portugueses.
▪ Ministério dos Marqueses – constituído por portugueses, o que
desagradou aos brasileiros.
O Período Regencial
Ø
Foi um curto
período que se estende da renúncia de D. Pedro I (1831), ao golpe da maioridade
(1840).
Ø
Características:
·
Fase
extremamente agitada com crises e revoltas em várias províncias, geradas pelas
contradições das elites e as camadas populares.
·
Momento em
que as camadas populares tentaram participar da vida política;
·
Revoltas
populares;
·
Agitação
política.
Organizaram-se três correntes
políticas:
§
Liberais Moderados – antiabsolutistas, mas monarquistas, lutavam pela unidade territorial,
queriam manter a escravidão e a ordem social. (unitarista)
§
Liberais Exaltados – lutavam pela descentralização do poder (federalismo). Muitos
defendiam o fim da monarquia e a proclamação da República.
§
Restauradores – lutavam pela volta de D. Pedro I ao poder. Defendiam um regime
absolutista e centralizador.
Ø Regência Trina Provisória
·
Brigadeiro
Francisco de Lima e Silva, Nicolau pereira de Campos Vergueiro e José carneiro
de Campos.
·
Suspensão
provisória do Poder Moderador.
·
Proibição de
dissolver a Câmara de Deputados.
· Governar o país até a eleição da
Regência Trina Permanente.
· Medidas tomadas: reintegração do
Ministério Brasileiro, promulgação de uma lei restringindo as atribuições do
Poder Moderador, anistia aos presos políticos.
Ø Regência Trina Permanente
§ João Bráulio Muniz, José da Costa
Carvalho, Francisco de Lima e Silva.
§
Representava
os interesses dos Liberais Moderados.
§
A figura de
grande destaque foi o padre Diogo Antônio Feijó, nomeado para o cargo de
ministro da Justiça.
o
Criação da Guarda Nacional (1831).
§ Feijó criou a Guarda Nacional,
com objetivo de conter as agitações e amotinações que perturbavam a nação.
§ Redução do Exército e da Marinha.
§ Subordinada ao Ministério da
Justiça e organizada por distrito.
§ Comando: “coronéis” (patente vendida ou eleita entre os chamados “cidadãos
ativos” – eleitores).
§ Defesa de interesses pessoais dos
grandes fazendeiros.
o
Criação do Código de Processo Criminal (1832):
§ Autoridade judiciária e policial
(nos municípios) aos “juízes de paz”,
eleito entre os grandes proprietários.
§ Autonomia jurídica aos
municípios.
o
Ato
Adicional de 1834:
§ Reforma na Constitucional de
1824, feita pela Assembleia Legislativa para proporcionar autonomia política e
administrativa para as províncias.
§ RJ = O Rio de Janeiro seria
transformado em município neutro, sede do governo, cuja capital seria Niterói.
§ Seriam criadas, nas províncias,
as assembleias Legislativas com poderes para elaborar leis referentes às
questões locais. Extinguem-se os Conselhos Provinciais.
§ Substituição da Regência Trina
por Regência Una.
§ Suspensão o Poder Moderador e o
Conselho de Estado até o fim da Regência.
§ O Ato Adicional foi considerado
importante marco do avanço liberal. Alguns conservadores o chamavam de “código
da anarquia”, porque concedia maior autonomia às províncias.
Ø Regência Una de Feijó.
§ Várias revoltas pelo país
(Cabanagem, Sabinada e Revolução Farroupilha).
§ Divisão nos Liberais Moderados
§ Progressistas (Liberais): classe média urbana,
alguns proprietários rurais e alguns membros do clero. Favoráveis a Feijó e ao
Ato Adicional. A favor do Ato Adicional
§ Regressistas (Conservadores): maioria dos
grandes proprietários, grandes comerciantes e burocratas. Centralizadores e
contrários ao Ato Adicional.
§
Sofreu forte
oposição dos regressistas que o acusava de ser incapaz de impor a ordem no
país.
Ø Regência de Araújo Lima
§
Criou o
Ministério das Capacidades.
§
Regressistas
no poder.
§
Retorno da
centralização monárquica.
§
Seu governo
caracterizou-se pela violenta repressão às revoltas.
§
Lei
Interpretativa do Ato Adicional – limita a autonomia dos municípios e promove
uma nova centralização do poder político - anulação prática do Ato Adicional.
§
Passou a
prevalecer dois partidos políticos: o partido Liberal e o partido Conservador.
§
Reformou-se
o Código de Processo Criminal – substituiu os juízes eleitos nos municípios por
delegados nomeados pela regência.
§ Fundação do “Clube da Maioridade”
(1840):
§ Grupo Progressista (ou Liberais).
§ Antecipação da maioridade de D.
Pedro II.
§ Imperador = paz interna.
§ “Golpe
da Maioridade” – os liberais que perderam o poder com a saída de Feijó, arquitetaram
um movimento defendendo a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que então
possuía apenas quatorze anos de idade. Com isso, os
golpistas pretendiam manipular o novo imperador.
§ Fim do período regencial.
Principais Rebeliões do Período Regencial
·
Revolta dos Malês (BA 1835):
o
Revolta de
escravos islâmicos (alfabetizados que liam o Alcorão). No mínimo 100 pessoas
foram massacrados.
o
O plano era
libertar Salvador e se apoderar do Recôncavo.
o
Líderes:
Ahuma, Pacífico Licutan, Luís Sanim, Manoel Calafate, Dadará, Nicobé e Dassalu.
o
Denunciados,
os rebeldes foram descobertos e perseguidos.
·
Cabanagem (1835 – 1840):
·
Movimento que
ocorreu na província do Grão Pará com ampla participação popular (índios,
negros, mestiços, escravos ou livres, porém, todos sem posses). Viviam em
precárias condições de vida e de trabalho agrupados em pequenas ilhas ou nas
margens dos rios, morando em condições miseráveis.
· Luta contra desigualdades.
· Sem programa político definido.
· Chegaram a tomar o pode, mas,
foram traídos (Antônio Malcher, Francisco Vinagre e Eduardo Angelim).
· Por ser a mais popular das
revoltas, foi a mais severamente reprimida (30 mil mortos ou 25% da população
total da Província).
·
Os exaltados
instigaram o povo na luta contra a excessiva centralização política que deu ao
movimento um caráter popular. Seus líderes, Francisco Pedro Vinagre e depois,
Eduardo Angelim que radicalizou o movimento, tomaram o poder fuzilando as autoridades
locais.
·
A repressão
que se abateu ao movimento pelas tropas imperiais e por forças da Guarda
Nacional fez 30 mil mortos num total de 100 mil habitantes.
·
Cabe
destacar que a Revolta teve início na Regência de Feijó e perdurou por toda a
Regência de Araújo Lima.
·
A Sabinada (1837 – 1838):
o Movimento que ocorreu na Bahia,
liderado pelo médico Francisco Sabino. Propunha a criação da República provisória
até a maioridade de D. Pedro, uma república temporária.
o Dificuldades econômicas da Província
(causa principal) e recrutamento forçado para lutar contra os Farrapos no sul
(causa imediata).
o Adesão da classe média urbana.
o Líderes presos ou mortos e
expulsos da Bahia. Foram reprimidos pela Guarda Nacional e pelas forças
regenciais, resultando em mil mortos e três mil feridos.
· A
Balaiada (1838 – 1841):
o
Movimento
ocorrido no Maranhão, revolta popular que não conseguiu chegar ao poder.
o
Os
principais líderes foram o negro Cosme (o Cara Preta) e o negro Balaio (Manuel
dos Anjos Ferreira), com a participação do Quilombo de Cumbe, e camponeses e
vaqueiros. Os revoltosos ocuparam vilas e quase chegaram a São Luiz. Com
divisões internas, o movimento que atingiu também o Piauí, foi vencido pelo futuro
Duque de Caxias (nessa época, Coronel).
o
Causas: pobreza generalizada: concorrência com
algodão dos EUA, privilégios de latifundiários e comerciantes portugueses. A
Revolta teve início com as disputas entre Exaltados (bem-te-vi) e os
Restauradores, em função da formação da Guarda Nacional. Ganhou adesão das
camadas populares inicialmente, em função do alistamento obrigatório (de
vaqueiros, agregados, feitores, artesãos e escravos) e, com o tempo, em função
da miséria e do declínio das lavouras de algodão e do comércio local
(artesanato).
o
Vinganças
pessoais (sem projeto político).
o
Desunião
entre participantes.
o
Manipulados
e traídos pelos liberais locais (“bem-te-vis”).
· Revolução
Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (RG - 1835 – 1845):
o A mais elitista e longa de todas
as revoltas.
o Principais lideranças
(estancieiros): Bento Gonçalves
(maior líder), Davi Canabarro, Guiuseppe Garibaldi.
o Causas:
§ Altos impostos sobre o charque
gaúcho, reação à criação de impostos de 15% sobre o couro e o charque
produzidos na região do Rio Grande do Sul, pelo Governo Central.
§ Redução dos impostos de importação
sobre o charque platino (Argentina e Uruguai).
§ Nomeação do Presidente de
Província (governador) pelo Rio de Janeiro, contrário aos interesses gaúchos.
o
A Revolta
era elitista, movida pelos estancieiros gaúchos liderados por Bento Gonçalves
(exaltado), fundou a República de Piratini, jurando fidelidade ao Imperador
menino, mas não à centralização política. Bento Gonçalves ganhou o apoio do
liberal italiano Giuseppe Garibaldi que fundou em Santa Catarina, a República
Juliana. Proclamação da República do
Piratini, ou República Rio-Grandense (RS, a partir de 1835) e da República Juliana (SC, de julho-novembro
de 1839).
o
Experiência
de combate (guerras fronteiriças) e recursos econômicos para manter a guerra
(elite provincial).
o
Não houve
unanimidade: Porto Alegre apoiou o
governo central, bem como áreas de colonização germânica ou ligadas ao
comércio com a capital.
o
O movimento
teve duração aproximada de 10 anos e, com sucessivas vitórias do pelo Barão de
Caxias (representando o Governo Central), acordos que acabaram com o imposto de
15% foram assinados e a anistia se estendeu a todos os revoltosos. Acordo
encerra conflito em 1845: “Paz de
Ponche Verde”
§ Anistia dos envolvidos gaúchos;
§ Incorporação dos farrapos no
exército nacional;
§ Permissão para escolher o
Presidente de Província;
§ Devolução de terras confiscadas
na guerra;
§ Proteção ao charque gaúcho da
concorrência externa;
§ Libertação dos escravos
envolvidos (?);
§ “Surpresa
de Porongos” (traição
aos negros – 14/11/1844)
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